terça-feira, março 02, 2010

"Só um minutinho!" - A intensidade do momento


No último domingo, assisti na TV uma apresentação de um historiador sobre a utopia da idade perfeita. Depois de algumas cochiladas no meio do caminho, em algum ponto do debate, passei a refletir sobre algo que ele disse: “a insatisfação em todas as idades pode ser sintoma da nossa incapacidade de viver o presente”.

Viver o presente tem se tornado um desafio em tempos de Big Brother, Facebook e Twitter. Cada vez mais, estamos preocupados em moldar uma imagem para um futuro ou questionar algo que aconteceu no passado.

Em meio a esta reflexão, em uma de minhas práticas de yoga, fomos convidados a trabalhar posturas de equilíbrio. Nestes ásanas (nome dado para às posturas), temos que nos concentrar profundamente para não cair, literalmente. Esta concentração contribui para que nossa mente venha automaticamente para o momento presente, um “pulo no desconhecido” (como lembrou minha professora), algo extremamente emocionante.

Com tanta informação, agenda cheia, compromissos diversos e estímulos constantes, se deparar com o presente pode ser um grande desafio. Tenho buscado viver o presente como nunca e minha experiência nos pequenos momentos têm sido maravilhosas.

A eterna busca pela felicidade deve ser o combustível para nossas vidas, e ela se inicia quando conseguimos viver o aqui e o agora.


Muitas vezes me deparo comigo mesmo reclamando sobre algo supérfluo, como o atraso do garçom ou o farol demorando para esverdear. Nestas horas, principalmente nelas, o desafio é viver o momento. Um bom exercício é olhar fundo nos olhos de quem está com você, buscando um momento de paz e de amor, escondidos na confusão do momento.

Reconfortante também é ouvir as nuances de uma música que toca no rádio ou apenas respirar com o silêncio. Perceber os pequenos detalhes dos instantes é o primeiro passo para tornar a vida mais sutil e entrar de fato na contemplação da felicidade. Acredito que mais de 90% de nossas angústias se tornam desnecessárias se conseguirmos dar um tempo para nós mesmos e viver  "só um minutinho" (ou segundinho) no presente. Vale a tentativa!

Namastê!

5 comentários:

  1. Daniel Simonetti6:10 PM

    É meu caro, já vivo este processo há alguns anos.
    Discorrendo um pouco sobre o assunto, a natureza do homem é idealizadora, passa todo o tempo sonhando acordado imaginando como pode ser seu futuro e o que poderia ter sido seu passado. Disso tiro a ressalva que guardamos só o que nos é conveniente, por isso nossas histórias maquiadas são tão sonoramente agradáveis, leia-se também saudáveis, afinal o que seriamos de nós, se não fossemos estes palhaços bem humorados? Com certeza desastres em vida.
    Não é a toa que Beatles & Cia Ltda., são tão venerados, afinal o que é bom e não pode “voltar”, vira simplesmente deus(ses) na terra, e assim vai...
    Eu, assim como você a partir de agora, tenho como missão procurar novas verdades, acreditar que o “Rock” é bom, mas que talvez tenha algo incompreendido por mim dentro do “Hip Hop”, falei de música, mas poderia ser outro tema como você bem deve saber.
    Abbas Kiarostami, cineasta iraniano, tem um filme chamado Five Dedicated to Ozu, que se não me engano é um longa de 1 hora e pouco onde ele só apresenta 5 “takes”, todos de fatos extremamente cotidianos, como por exemplo um graveto no balançar das marolas na praia. Quando ele apresentou isso em um festival, dividiu opiniões: os que odiaram e os que amaram. Bem, não sei se era essa a intenção, mas para mim cai como uma luva a idéia de que ele forçou ali, naquele momento, que seus espectadores parassem 1 hora e “tralala” a avaliar o presente, assim como na sua yoga.
    A partir da descoberta do presente, tenho aproveitado melhor as brisas de qualquer hora do dia, como agora, neste texto. Qualquer hora, falamos mais deste e de outros assuntos. Abraço meu caro!

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  2. Anônimo9:20 AM

    Opa, vou aproveitar o tema para indicar um filme chamado O Poder Além da Vida, que fala exatamente disso,o AGORA.
    abs

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  3. Anônimo9:20 AM

    Mineiro o Comentário foi do Will
    abs

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  4. Agradáveis também são os momentos em que posso ler e sentir amigos mais perto. Valeu Simonetti e Will, vou assistir aos filmes.
    P.S.: Já estou esperando as promoções para voar para BH e "divagar" pessoalmente!

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  5. Rodrigo3:49 PM

    Digamos que viver o agora é praticamente uma luta para gladiadores. Ainda mais pra quem mora na mostrópolis e que está infectado. ;)

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